Eliminada na "Andra Chansen"
2º lugar no meu top pessoal de canções do Melodifestivalen 2013
Atuação:
Atuação:
Já conhecia o Erik Segerstedt da banda E.M.D., que participou no Melodifestivalen 2009 e da qual faz parte um dos meus artistas preferidos, Danny Saucedo. Tone Damli também não era uma figura estranha, visto que tinha o meu tema favorito na final nacional da Noruega em 2009, na qual acabou em segundo lugar, apenas atrás do super popular Alexander Rybak. De qualquer modo, fiquei surpreendido quando foi revelada a lista de participantes no Melodifestivalen 2013 e vi estes dois artistas a concorrerem em dupla. Além disso, os compositores a eles ligados fizeram elevar de imediato as minhas expetativas, especialmente devido à presença de Måns Zelmerlöw nesta proposta.
"Hello Goodbye" é uma daquelas canções que seriam sucesso global tivessem vindo dos Estados Unidos. É extremamente radio-friendly e contemporânea, ainda que tenha uma construção muito simples, tendo a guitarra como base. Além disso, a canção é extremamente doce e melodiosa, resultante da perfeita combinação de vozes de Erik e Tone.
Há duas características nesta música que merecem ser destacadas, por fazerem dela uma peça musical fantástica.
O primeiro aspeto é a letra. Habitualmente, nas canções interpretadas em língua inglesa, o vocabulário utilizado tende a ser elementar e fraco, para que entre facilmente no ouvido do público. Esta canção quebra por completo essa regra: "Hello Goodbye" conta-nos uma história, na qual se descreve, de uma forma muito eficaz, a vida de um casal que se apercebe de que o fim da relação é o único caminho possível. Esta "mensagem de despedida" dos dois amantes é contada sem que a língua inglesa saia de forma alguma menosprezada. Além disso, nota mais do que positiva para o facto de não haver uma constante repetição das mesmas expressões ou versos, como muitas vezes acontece para se encher mais facilmente o tempo da canção.
O segundo ponto é, como já referi acima, o perfeito entrosamento dos cantores. A voz de Tone é profunda, envolvente, tal como a dele. Ambos são jovens e muito bonitos, com um talento inegável. Pelas atuações que fizeram no Melodifestivalen, não seria de todo ridículo se alguém pensasse que ambos constituíam mesmo um casal real, com existência fora do palco. Esta cumplicidade não é muito fácil de se construir, e são inúmeras as duplas que já passaram pela Eurovisão onde era visível a falta de química e até algum desconforto por atuarem juntos.
Tone não pôde ensaiar para a Andra Chansen, e Mattias Andréasson (colega de Erik nos E.M.D.) tomou o seu lugar. A cumplicidade esteve também presente.
A semifinal onde estavam inseridos (a segunda) tinha mais algumas boas canções, como as de Anton Ewald, Felicia Olsson, Swedish House Wives e Louise Hoffsten. No entanto, o público sueco, certamente sob efeito de alguma bebida alcoólica mais potente, votou massivamente na canção de Sean Banan, dando-lhe um total de 143 724 votos e passando-o logo à final. Louise fez-lhe companhia. Erik e Tone conseguiram um lugar na Andra Chansen, juntamente com Anton Ewald.
Numa excecionalmente forte Andra Chansen, Erik e Tone caíram com facilidade na segunda ronda de votações, não chegando sequer aos duelos, que apurariam os dois finalistas. Obtiveram 70 523 chamadas, cerca de 15 mil a menos do que Behrang Miri.
Tenho a certeza de que, tivesse esta canção competido no Festival da Canção, não importa o ano, teria acabado por representar Portugal na Eurovisão. É exatamente o tipo de canção que ouvimos aqui nas rádios, na televisão e nos programas de talentos. Tinha tudo para chegar longe. Faltou apenas o apoio dos suecos.
Nota final: 12 pontos
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